11 junho 2010

Palavra Final.

Eu lembro-me, e sei que tu também te lembrarias se ainda estivesses aqui verdadeiramente e não apenas corporeamente, de como tudo era d'antes. Sabes que sim. Todos os dias, eu sabia que ao abrir a porta te havia de encontrar. Tu, sentado na mesma cadeira, à mesma hora, com o mesmo sorriso, o mesmo olhar quente que me envolvia.

Dia após dia, sempre a mesma rotina e um pensamento de que tudo estava certo, como devia de estar. Tu amavas-me, eu amava-te, tu eras feliz, eu também.

Ainda cheguei a pensar que eras um sonho e que tudo não passava de uma ilusão. Mas quando a dúvida me assaltava eu tocava-te. Sentia-te. Sentia o teu calor, a tua pele. E sempre pensei: "Finalmente. Agora que te achei, não te vou largar.".

Mas a pouco e pouco, parece que o teu encanto foi desaparecendo, e que estavas comigo apenas por obrigação ou conveniência, não sei bem. Dizias que me amavas, mas não tinha a mesma força e a mesma magia que outrora tivera. Eu continuava a passar pela mesma porta, e continuava a ver-te a executar os mesmos passos, não por prazer ou felicidade, como d'antes o fazias, mas agora por mera rotina, como tudo já estivesse programado. Eu continuava iludida por ti, mas eu já não tinha qualquer significado para ti.

Foste perdendo o sentimento, a sensibilidade ao toque, o brilho no olhar. Foste perdendo a paixão. Não só a paixão por mim, mas a paixão pela vida.

Até que um dia, quando abri a porta, tu não estavas lá. Procurei o teu olhar, a tua voz, o teu sentimento, a tua consciência. Procurei-te a TI, mas já nem o que restava de ti lá estava. Estava apenas o teu corpo, a desfazer-se em pó por acção do esquecimento e da tristeza, e uma carta ao lado, remetida a... Remetida a: "Lê Por Favor" ?

Abri, em dúvida. Concerteza que não havia de ter sido ele, que apenas estava a olhar, mas não a ver. A ouvir, mas não a escutar. Correram-me as lágrimas pela cara. Fui tão injusta. Nunca fui capaz de perguntar o porquê da mudança. Nunca. Apenas guardei aquela carta, que me iria ditar a derradeira resposta. O que sempre me faltou ouvir. O que sempre me faltou sentir. A carta tinha apenas escrito: "AMO-TE !".



8 comentários:

  1. sabias que te adoro maninha ? <3
    parabe'ns , esta' excelente . continua . (:

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  2. adoro
    ta lindoooo

    vei.me as lagrimas aos olhos xP
    continua xD

    <3

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  3. fazes magia com as palavras **
    está lindo Juu

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  4. tens muito geito, e de facto é dos textos mais lindos que aqui tens, é verdadeiro.. e por vezes o que tu descreves acontece a muita gente... deve-se falar sempre para tentar perceber o porque, mas por vezes o medo nao deixa, o receio de ouvir certas palavras...
    prende-nos e fazem-nos viver numa realidade que nao existe...

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  5. Juu, fizeste-me chorar *.*
    Está tãooo profundo, tão sentido, tãooo lindo, que tu não imaginas.
    AMEI

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  6. Muito Bom mesmo!
    A minha Joaninha de vez em quando até escreve umas coisas como deve ser... :D

    RS

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  7. esta perfeito, mas perfeito *.*
    adorei minha taradona =D
    continua :P

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